terça-feira, 1 de junho de 2010

Vestimentas Como Textos Visuais

Texto jornalistico para a matéria Jornalismo da Universidade Fumec, com o tema Vestimentas Como Textos Visuais.
Pauta

Na historia da moda, a partir de quando o corpo passa a ser compreendido enquanto um suporte que, com suas vestimentas, se exibe como um texto produtor de sentidos?
A partir da pergunta acima iremos fazer uma matéria sobre a consciência que as pessoas têm, ou deixam de ter, em relação ao fato de suas vestimentas exercerem o papel de textos visuais. Para contextualizar e exemplificar o assunto, entrevistar um professor de historia da moda, estudantes de diferentes áreas do conhecimento e um profissional do ramo, para saber suas opiniões em relação ao tema, procurando buscar casos divertidos vividos pelos entrevistados que possam exemplificar a questão.

"Linguagem: 1-conjunto de sinais falados, escritos ou gesticulados (mímica), de que se serve o homem para exprimir suas idéias e sentimentos. 2- Qualquer meio que sirva para exprimir sensações ou idéias. 3- Agregado de palavras e métodos de os combinar usados por uma nação, povo ou raça; idioma, língua, dialeto."
Comunicamos de variadas maneiras durante o decorrer de nossas vidas. A comunicação se da por gestos, olhares, escritas, linguagens, e a forma no qual nos portamos e vestimos também podem ser definidas como tal.De todos esses meios de comunicação citados, o corpo é o suporte para transmissão.
É por meio da representação que se da sentido ao mundo, construindo imagens de si e organizando a realidade em que estamos inseridos.
A moda e a indumentária podem ser formas mais significativas pelas quais são construídas, experimentadas e compreendidas as relações sociais humanas. Ao se vestir ou adornar o sujeito busca comunicar-se, expressar formas de estar no mundo, o que não exclui, também, uma manifestação artística.
Segundo Rosangela Mattana, professora de moda da Universidade Fumec, a partir da roupa mostramos quem somos, ela é nosso cartão de visita e é um dos meios de representarmos nossa realidade. Ao contrário do que a entrevistada disse, a roupa também pode ser uma forma de mascarar e inibir uma realidade. Ao mesmo tempo em que ela agrega características e representações pessoais, pode encobertar sentimento, personalidade e classe social. Para a estudante de medicina Flávia Amaral, a roupa pode ser usada como um meio de mostrar varias personalidades e estilos, mas sem perder a própria essência.
A professora também concorda que o corpo é um suporte. Através dele você evidencia ou esconde o que quer de acordo com seus próprios conceitos. Cita também o auto preconceito existente na sociedade. Casos de mulheres que não aceitam seu suporte "o corpo" sendo assim, inibem o que realmente gostariam de usar e se auto reprimem.
O suporte e a roupas são dependentes entre si. Esta como matéria se cala quando está esvaziada e inanimada no armário, na vitrine, no museu ou na galeria de arte.
Na opinião da estudante de Administração Luiza Vilaça, a roupa transmite a personalidade, o estilo e, muitas vezes, o humor da pessoa, de modo que esta passa a ser identificada pela sua vestimenta e identifica pessoas semelhantes a si. Assim a roupa não consiste em um texto visual em si, mas em uma forma de comunicação e identificação, através de símbolos e conceitos.
Um ponto de vista diferenciado foi dado pela Empresária de moda Darci Queiroz. Em sua concepção a roupa também se comunica com quem a veste, e pode passar diversos significados de acordo com o estilo e característica pessoal. Porém ela enxerga mais o lado comercial, se preocupa com tendências, e não segue um estilo especifico na hora de produzir suas peças, quer apenas estar atualizada com as necessidades do mercado. Já a estudante de moda Camila Zamboni, acredita que a roupa é a exteriorização da personalidade do individuo.
Assim sendo, a moda é imagem por seu conteúdo, sua matéria, seus códigos e contextos, transmitindo valores e idéias através de um texto visual capaz de produzir significação. Portanto, o design de moda deve criar produtos para produzir experiências significativas nos corpos, através de elementos (roupa, tecido, formas, etc.) que produzem experiências sensoriais, e que por sua vez criam sensações de emoção e prazer, tornando-se portadores de mensagens que serão lidas e interpretadas.
Fontes: Moda também é texto - Sandra Ramalho e Oliveira
Entrevistados: Rosangela Mattana (Professora de Moda) , Luiza Vilaça (Estudante de Administração), Darci Queiroz (Empresária), Camila Zamboni (Estudante de Moda)
Alunas: Camila Souza
Maggie Queiroz
Marina Trivelato

terça-feira, 23 de junho de 2009

O FUTURO ESTÁ LITERALMENTE EM NOSSOS PÉS

A fantástica arquiteta iraquiana Zaha Hadid ("mãe" das mais belas formas arquitetônicas de Dubai), nos surpreendeu mais uma vez com suas novas parcerias, nada mais nada menos que a grife Lacoste e a super hype Melissa.


Na Lacoste em uma mistura SUPER bem sucedida de conceito fashion e muita ousadia (como sempre!), lançou uma edição especial e limitada de calçados dividida nas linhas: limited-edition de botas e diffusion-line de sapatilhas.
Zaha se inspirou no nosso querido jacaré (símbolo da marca), explorando superfícies e formatos criando assim verdadeiras obras de artes.
Foram produzidos 10 mil pares, e as primeiras unidades chegarão ao Brasil no dia 7 de Julho.
Agora é só esperar!
Já na Melissa a arquiteta se inspirou nos movimentos fluídos que acompanhassem as linhas do corpo. Formas sinuosas e recortes estratégicos.
a sandália vai dar muito o que falar!


Lacoste



Melissa

Pesquisadores e artistas independentes revolucionam o olhar tradicional com as novas formas de expressão artísticas. Nanotecnologia, biotecnologia, arte on-line, trabalhos colaborativos e ativismo via web são alguns exemplos. Utilizar a técnica como parte da expressão artística é a grande mudança que chegou com a arte e tecnologia. O gênero já atraiu pesquisadores e artistas independentes de todo O mundo.Utilizar a tecnologia como uma forma de expressão e questionamento crítico não é novidade. "O que muda na arte e tecnologia é a utilização de novos suportes artísticos, bem diferentes dos utilizados em pintura e escultura", diz o pesquisador Fábio Fon, mestre em multimeios pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pesquisador de arte e tecnologia da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Exposição Arte Cibenética - Itaú Cultural


Alguns estilistas utilizam dos mais diversos recursos tecnológicos em suas criações. Um exemplo é Hussein Chalayan que trouxe complexas nocões culturais e científicas ao mundo da moda como já falamos anteriormente no post de moda conceitual!

A convite da Vodcka Level Chalaian criou a intalação. O Level Tunnel consiste num túnel de 15 metros de comprimento e aproximadamente 5 metros de altura, feito em vidro, fibra de vidro e couro, onde os visitantes podem vivenciar uma experiência sensorial, através de sons, formas, sabores e aromas relacionados à Vodka Level, colocados no interior do mesmo. As pessoas que visitam a instalação tem seus olhos cobertos antes de entrar no túnel, para que os outros sentidos fiquem mais aguçados.


Tunel dos Sentidos - Hussein Chalayan

Nas Passarelas, Hussein criou a coleção “Before Minus Now”, confeccionado o look abaixo com materiais de construção de aviões e que muda de forma por controle remoto.

Before Minus Now - Husein Chalayan


Liderando na vanguarda da moda contemporânea e sendo conhecido pela utilização de materiais tecnológicos inovadores, como roupas com chips, néons e lasers, assim como pela sua capacidade de transformar mobílias e peças inovadoras em artigos de vestuário, Hussein Chalayan ganha agora um espaço de destaque em Londres, dedicado à sua obra criada entre 1994 e 2009.

Gótico

Tribo Urbana que encontra em cemitérios enfeitam-se com símbolos Góticos como caveiras, monstros, crucifixos. Suas roupas possuem muito couro negro, tachas, correntes, metais em geral, agregando ícones da idade média com crucifixos, caveiras. Seus cabelos são armados e cortados com muita criatividade, armados com gel, pontiagudos, moicanos, imitando seus ídolos.
Apreciam rock pesado como do grupo Kiss, Sepultura.
Nas artes filmes como Entrevista com Vampiro, Drácula, os de Zé do Caixão fazem parte do universo dos Góticos, um grupo urbano que teve seu momento mais forte na década de 90.


Casais Góticos

Na moda Riccardo Tisci imprimiu o estilo Gótico Dramático à frente da Givenchy. Mostrou em 2008 uma coleção Gótica onde entraram calças skinny, couro negro, muitas correntes, babados medievais, correntes, crucifixos, transparências vampirescas e uma das melhores alfaiatarias da temporada.



Emos

Tribos urbanas cujos membros, são jovens de famílias abastadas que se encontram nos não lugares, geralmente usam pircings, maquiagem carregada, olhos pitados com muito delineador preto ou kajal, cabelos bem lisos cortados irregularmente, franja comprida. São afetivos, pacifistas, bons amigos de seus amigos, vivem o aqui e agora, preocupam-se com as relações amorosas e familiares. Comunicam-se e marcam seus encontros tribais pela internet.
Nas artes são ouvintes devotados da música Emocore, que fala de relacionamentos sofridos.
Na moda, como vêm de famílias com poder aquisitivo, vestem-se com roupas de marcas famosas, usam muito o preto, camisetas com estampas de seus ícones, tatuagens design.



O ser Emo!

Garota Emo

Auto Reflexão! Roupa Versace - Revista Passarelas

Tropicalismo

O Tropicalismo na música surgil entre 1967 e 1968, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, num momento em que a MPB e a chamada Jovem Guarda viviam em conflito. Os dois cantores surpreenderam o cenário musical brasileiro ao criar um gênero que mesclava a canção nacional ao rock acompanhado de guitarras elétricas e amplificadores. Apresentando-se com roupas espalhafatosas inspiradas na liberdade de expressão proposta na década de 60 e nun visual semelhante ao dos hippies, alguns adeptos do movimento chamavam a atenção pelo uso de túnicas, peças coloridas, plumas, medalhões e cabelos grandes. A Tropicália foi marcada pelas das canções Alegria, Alegria e Domingo no Parque, cantadas respectivamente por Gil e Caetano, no 3º Festival de MPB da TV Record, em 1967. Em 1968, outros cantores como Gal Costa, Tom Zé e Os Mutantes se juntaram à dupla, gravando um disco coletivo com canções-manifesto chamado Tropicália ou Panis et Circenses. O movimento arrefeceu-se quando Gil e Caetano foram presos e enviados para o exílio pelo governo militar. Suas músicas e seu visual marcante, contudo, ficaram guardados na memória nacional.

MODA SEM FRESCURA

Tropicalismo insere na moda brasileira o toque de identidade necessário à uma época em tons pastéis
Por Fernando de Albuquerque

No mundo afora teve o nome de psicodelia, no Brasil o movimento ganhou cores verde-amarelo e tornou-se Tropicália. A década de 60 foi um período importantíssimo tanto para o cenário político quanto para o cultural, em específico, a moda. A mulher e mais ainda o homem viviam amarrados a um bom mocismo desmedido de taiers retilíneos, tons pastéis e uma cartela de cores nem um pouco ousada.

Para os exemplares do sexo masculino o vestuário se resumia ao conjuntinho calça, camisa ou terno. Sempre em cores completamente neutras prevalecendo o preto; os mais ousados pensavam no cinza. Todos se inspiravam em ícones onde a sobriedade era o principal sintagma como é o caso de Jackie Kennedy.

O movimento tropicalista trouxe uma série de elementos à um vestuário sisudo demais. Calças mais folgadas, cores mais berrantes. Tudo calcado em uma hiponguice ousada e elegante com flores grandes, cores fortes. Isso pode ser visto com mais contundência em croquis de Helio Eichbauer, todos deslumbrantes, para a histórica montagem do “Rei da Vela”, do teatro oficina e também nos vestidos feitos por Lina Bo Bardi – espécie de parente espiritual de Hélio Oiticica, artista que muitos dos tropicalistas se inspiraram para fazer músicas, escrever poemas e se expressar.

Aqui e ali é fácil achar elementos e resquícios desse modismo. Um exemplo forte é a Melissa Severine, inspirada na doçura e na forma delicada do morango, criada, ano passado, pela estilista da marca Thais Losso. Ou mesmo nas inserções da Neon, das jovens Adriana Barra, Cris Barros, Carol Martins e Helô Rocha. Todas bebem, e muito, nesse modismo da fauna, flora, favelas, escolas de samba, moleques e marginais para compor estampas e mesmo o corte de algumas peças. Hoje é fácil achar batas enormes, blusões femininos mais retos em tecidos leves, ou monocromismos furtivos – todos são crias, diretas dessa década.

Como se vê, tropicalismo é hoje um guarda-chuva enorme e generoso, fonte legítima de inspiração e, também, álibi condescendente para qualquer “mistura” de níveis de cultura, referências pop e eruditas, tradição e, vá lá, transgressão.

Kitsch

Estilo Expressivo, exuberante, fantasioso e na arte de Frida Kallo encontramos grandes momentos Kitschs.
Na Moda este estilo leva-nos a roupas para mulheres que querem arrasar, aparecer, sentirem-se peruas, com a profusão de florais, bordados, rendas, muito artesanato. E revelar uma roupa que deve ser encarada como espetáculo em si.
Christian Lacroix é um ícone internacional deste estilo, que confundiu para sempre as fronteiras entre moda e fantasia e mostrou com inteligência que na moda os temas voltam sempre ao ponto de partida. No Brasil podemos citar Lino Villaventura, Ronaldo Fraga.
Agora as brasileiras já podem contar com os mais espetaculares sapatos, pois, o Frances Christian Louboutin abriu uma butique em São Paulo.